quarta-feira, 3 de março de 2010

The Smoke Issue


Aqui em Valencia isso me tira do sério. Se em Florianópolis eu já achava ruim, imagina essas situações de dicarro aqui em Valencia. Acontece que até poucos anos, se podia fumar em todo e qualquer lugar. Inclusive em hospitais, onde os efermos eram permitidos de fumarem. Parece que baixou-se uma lei que restringia o uso do cigarro a certos lugares, mas não me pergunte quais. Aqui se fumam dentro de todos os lugares que no Brasil se imaginaria uma atitude chata. Aqui ao invés de ter placas de proibido fumar nos bares e restaurantes, se diz: Ambiente amigo do cigarro. Tu entra pra comer na p* de um restaurante e sai de lá como se tivesse ido pra balada mais fedorenta de todas, isso se é que conseguiu ficar tempo suficiente pra desfrutar de um delicioso TAPAS à lá Cigarrillos. Andei me informando e foi sancionada uma lei municipal - ou provincial, vai saber – que diz que o cigarro não poderá ser consumido dentro de ambientes fechados. Acho totalmente válido. A seguir exemplos brasileiros, como que começou no estado de São Paulo e já está instaurado no Paraná. Nesses dois estados não se pode fumar nem sob marquises, que aqui são consideradas como espaços não totalmente a céu aberto. Aqui sim, a qualidade de vida certamente sobe. Além de ser um puta sinônimo de desenvolvimento (econômico e intelectual), isso se transforma numa atitude de saúde pública, onde os não fumantes deixam o título de fumantes passivos e podem desfrutar de uma infinidade de ambientes tranquilamente sem se incomodar. Bem que Santa Catarina, que se diz deter os melhores IDH’s do Brasil podia adotar medidas semelhantes. Eu que achei que Europa, primeiro mundo e tal, fosse ser diferente...

Dominguera de Sol

Um agradável dia de sol tá difícil por aqui. Sol mesmo só no domingo, porque sábado segunda e terca foram dias chuvosos. Segunda nevou em toda a Espanha, menos aqui nos litoral, mas tinha um puts vento suli, créds. Depois de colocar o sonho em dia, eu, Marina e a mexicana Líbia fomos passear no Centro Histórico da cidade. Incrível como tinha pessoas nas ruas, embora o comércio todo estivesse fechado e não tinha nada de muito especial acontecendo, tipo uma feira de rua nem nada.

Passeamos pela Plaza Del Ayuntamento, Plaza Del Reigna Sophia, e fomos até a Catedral. Depois de umas fotos ao fim de tarde, um agradável cafezim no cássico gringolândia Starbucks, e seguimos passeando.

Muitos turistas pela rua, e decidimos subir na torre da Catedral Metropolitana, um dos pontos mais altos da cidade. Torre Del Micalet: Segles XIV-XV, alturas: Campanes, 37m. Terrat, 51m. Total: 70m. Apesar de ser a terceira maior cidade espanhola, Valencia não é uma cidade muito densa, e certamente não é muito vertical, já que uma das maiores alturas é a tal torre de 70m.

Porta de entrada da Cadetral Metropolitana

De lá se pode ter uma visão bem boa da cidade, pegamos um dos melhores horários, aquele pôr do sol no horizonte e as luzes da cidade se acendendo. É curioso ver a cidade bem do seu centro, no coração da parte medieval da cidade. O tecido urbano bem denso, completamente irregular da Ciudad Vieja, seus casarõeszinhos de 3,4 pvtos uns em cima dos outros com seus telhadinhos cheios de antenas e varais. Ao longe, percebe-se a massa de edifícios mais altos dispostos regularmente no tecido urbano com suas largas avenidas rasgando a cidade. Iluminados, os antigos portões da cidade medieval se destacam na paisAGE bucólica contrastando com edifícios mais recentes. Do alto ficam evidentes as poucas praças medievais que representam o pouco do espaço vazio entre o cheio denso dos edifícios.

Vista da malha urbana medieval do alto da torre da catedral

Depois de quase ficar surdos com o tal sino da torre que resolveu tocar pelas 19h, íamos voltando pro centro pra comer e voltar pra casa, quando nos deparamos com uma pequena fila se formando do outro lado da rua do tal Starbucks. Perguntamos o que era e nos disseram que era um tradicional show de Flamenco, que era um dia especial porque mais gente ia cantar e dançar que as apresentações normais, por ser Valentine`s Day. Entramos na fila sem hesitar, um pouco de cultura local não faz mal pra nadie. Pagamos dez euros e conseguimos ficar sentados nas cadeiras, porque logo entro mais gente que foi ficando de pé. Três cantores, dois percussionistas dois violeiros performavam um belo conjunto de músicas típicas, com um leve, porém intenso e inebriante dedilhar tradicional espanhol enquanto duas dançarinas BEM espanholas e um garotinho de uns 11 anos se revezavam dançando flamenco no pequeno palco. Foi emocionante, sentir aquela musicalidade toda, aqueles passos flamencos de tamanha intensidade que embalavam todos convidando a umas discretas palmas-de-acompanhar-ritmo espalhadas pelo salão. Depois de quase 3 horas de espetáculo, voltamos de taxi pra casa, pois já não tinha metro a meia-noite-e-pouco de domingo. A câmera da marina, a única com bateria de nós três, não gravava som. Consegui gravar alguma coisinha com o ultimo suspiro da minha câmera antes de acabar a bateria de vez.

Espetáculo de Flamenco

Sábado de Chuva

Depois de uma noite muito da mal dormida, acordei pelo meio dia e fui direto comprar coisas nos Chineses. Lá é tipo um camelô-1,99, mas o bom é que tem bastante artigos pra casa. Comprei um monte de coisas: cobertor, travesseiro, cesto-de-roupa-suja , cabides, lixeira, muralzinho de cortiça, etc etc.
Voltei pra casa pra encontrar Marina e Libia pra irmos ao centro. As lojas de lá estão com REBAJAS pra todos os lados, são as liquidações de inverno daqui. Pude encontrar umas coisas muito baratas como calça a 10 euros, camisetas a 3 e 6 euros, moleton com um terço do preço. Não sei se é por causa da crise, mas achei as peças baratas aqui na Espanha, lembrando sempre que deve-se procurar bem. (haha!)Como nos perdemos lá no centro, voltei pra casa sem Marina e Libia, que ficaram nas lojas por mais tempo. Fui encontrar com a Sabrina e suas amigas Islandesas, que tinhamos combinado de ir ver os shows gratuitos promovidos pela MTV espanhola para a terceira edição do MTV Winter Valencia. Esse ano teve Fuzzy White Casters, Lightspeed Champion, Mystery Jets e a atração principal Arctic Monkeys. Ano passado teve Franz Ferdinand, e na primeira edição The Cure, todos de graça. Esses shows acontecem em uma super estrutura montada na Cidade das Artes e Ciências, notório complexo arquitetônico projetado pelo valenciano Santiago Calatrava. O show foi incrível. Só de passear por entre aquele monumental conjunto arquitetônico todo iluminado, repleto de gente passando frio por um mesmo objetivo, o show de graça num puta lugar incrível. Tava bem cheio e bem frio, mas foi massa, Arctic Monkeys realmente sabem fazer show ao vivo (fotos).
Sai do show e voltei a encontrar Marina e Líbia no bar/balada Walk About. Aqui esse tipo de baladinha é de graça pra entrar, toca músicas muito diversas e todo mundo fica se acotovelando dentro de um enfumaçado ambiente que termina perto das 3 e poco, diferente dos grandes Clubs. Aqui se escolhe deixar toneladas de casaco no guarda volume ou em ganchinhos espalhados embaixo dos balcões, correndo risco de ter alguns de seus pertences roubados, porque a galera rouba mesmo!
Show do Arctic Monkeys na Cidades das Artes e da Ciência
Libia, Gabriel e Kanye West na balada

Sexta-feira à casa

Como adoro fazer mudança (not), resolvi sair do chiqueirinho fedido que me hospedei por umas 3,4 noites e resolvi me mudar de vez prum lugar definitivo. Achei um apartamento bem bom por aqui, um quarto um mais ou menos do mesmo tamanho que eu ficava no chiqueirinho, de uns 3x5m. Abaixo fotos! Mas o diferencial desse novo, é a vista, a proximidade da faculdade, a proximidade também com o metrô, e sobretudo, o preço. Os preços aqui em Valencia se pareceram mais baratos do que fiquei sabendo. Em Sevilla, por exemplo, Thais e Lisa me disseram que os preços tavam quase o dobro dos daqui. Milano, pelo que a Maju tava me dizendo, também eram um pouco mais caros. Enfim, pagava 200 euros mais gastos (luz, gás, internet) pelo quarto chiqueirinho. Ficava na cobiçada Av Vicente Blasco Ibañes, e dava uns 15 minutos até a UPV, mas era bem pequeno. Agora nesse aqui vou pagar 140 euros mais gastos - que não passam de uns 25 por mês - e fica mais perto da estação de metro, das meninas da Polo y Peylorón e claro, da faculdade. Aqui moram dois caras um pouco mais velhos, nenhum universitário: Santa, um venezuelano chef de cozinha de uns 28 anos; e Davi, um equatoriano artista plástico de uns 30 e poco. Parecem-me buena gente, mas fumam na sala e me obrigam a me isolar aqui no quarto para não respirar fedor. Depois de fazer aquela bela faxina de novo, fui dormir muito tarde de sexta-feira, não tendo forças pra me mover, mesmo sabendo que as baladinhas aqui em Valencia não começam antes da 1h da matina. O problema é que eu não trouxe cobertor na mala. Por sorte, coloquei um jogo de lençóis e fronha na última hora. Aqui está fazendo noites muito frias! Tem um puts vento e de madruga, as temperaturas baixam muito. Resumindo, coloquei quase todas as roupas que tinha e fui dormir me cobrindo com um mero lençol, fazendo um moleton de travesseiro. Tremi de frio a noite toda, fiquei me contraindo e acordei todo dolorido. Sabe essas noites que a gente não dorme bem, quando consegue só sonha com desgraça? Poisé, sonhei que tinham roubado meu carro no Brasil, que o mar estava uns dois metros mais alto em Florianópolis e que tinha quebrado bem feio o dente da frente. Aliás, não é a primeira vez que sonho que quebrei o dente da frente e sempre fico morrendo de agonia. Será mesmo que isso é algum tipo de trauma? Vou jogar no Google e ver o que Freud teria a dizer sobre isso...

vista de cima da cama, vista da janela e da porta de entrada
Decoração contemporânea: Absolut Adds

Sexta Feira ao Porto


Depois de aulas em espanglês da facool, Sabrina me pegou de carro e fomos ao Porto da cidade conferir a 33 edição do America`s Cup, considerada a fórmula 1 da Vela. Sabrina é outra menina de Florianópolis que está aqui por meio de um intercâmbio com sua faculdade estadunidense, donde ganha bolsa atleta por jogar vôlei. Ela tinha alugado um carro pra levar sua prima até Sevilla, onde vai estudar. Como tinha o carro até sexta, me convidou pra ir ver o agito do America’s Cup. Essa é a competição considerada a Fórmula 1 da vela, e desde uns 5 anos, Valencia foi escolhida Cidade Sede dessa competição anual. Chegar lá foi fácil, Sabrina comprou um GPS, mas aparentemente Paulo também tinha suas falhas de localização. Estacionamos perto da rua, o que nos possibilitou passear a pé pelo trajeto todo onde estavam os equipamentos da Cup. Aparentemente é um puta evento, cheio de patrocínios, e cheio de gente, em plena sexta feira a tarde, com muito vento frio. É nessa mesma area que acontece o circuito urbano de F1 de Valencia, então acho que como cartão postal da cidade, só podia ser assim mesmo: É uma zona portuária digna de país de primeiro mundo. Tudo é muito limpo, bem arborizado com suas palmeiras típicas, bem organizado e bem cuidado, pelo menos nessa parte do Porto. A Zona Portuária de Valencia é grande, mas essa parte que visitamos é do lado da praia onde todos se banham no verão, e não podia ser diferente em termos de organização/limpeza. O resto do porto, que se desenvolve mais ao Sul, se vê no Google maps com uma grande área de estacionamento de containers, que ao que me parece, configura um compreende um porto de grande movimentação e importância. Até porque daqui saem balsas à Elvissa (Ibiza), Palma de Mallorca, e Menorca. Mas vale o espetáculo, ainda mais por conta do edifício-símbolo: o Edificio Veles e Vents (America's Cup Foredeck Building) de David Chipperfield Architects.

Um vento desgraçadamente frio congelava a orelha de todo mundo, enquanto uns comiam, outros olhavam o telão com a narração da Cup, uns passeavam... mas certamente todos passavam frio. Achei interssantchi o fato deles terem barraquinhas com comida típica de alguns países, que certamente entraram como patrocinadores para fazer mais alarde à suas equipes. Tinha barraquinhas de comida suíça, estadunidense, espanhola. Entre tapas e paella, eu e Sabrina ficamos com a segunda opção, que logo esfriou devido ao vento.


Mundança Parte II

Estava me concentrando tanto em buscar apartamento que apesar de ir todos os dias pra faculdade tentar resolver minha matrícula, só conseguir completar ela quarta feira, sendo quinta-feira meu primeiro dia de aula. As aulas de verdade haviam começado segunda-feira, mas depois de falar com os professores na semana seguinte, veria que na verdade nao perdi nada. Empolgado com a história toda de ir da facool ao apatamento, gravei um vídeo do caminho que eu percorria entre os dois, em umas das minhas idas e vindas da facool, mostrando e comentando as coisas do trajeto. Mesmo assim, não estava feliz com o apartamento. Até para dormir era um sacrifício. Eles me emprestaram uns cobertores IMUNDOS e claro, fedidos, pois nao tinha nenhum. Passei muito frio na primeira noite porque estavam molhados de eu os colocar pra lavar. O chuveiro tinha um timer-ecológico (not): a cada dois minutos a água esfriava absurdamente e resfriava o banheiro que custava a ficar quentinho de vapor. Foi depois que caiu a ficha que eu tava sendo tanso demais de ficar naquelas condições. Ninguém nunca lavava a louca, o banheiro era nojento, não tinha um cronograma de revezamento pra limpeza – o que é bastante comum num apartamento dividido por erasmus - e não tinha nenhum indício de limpeza constante. Quando me instalei, perguntei se tinha material de limpeza e eles não sabiam o que era/pra que servia a água sanitária. Quando as meninas foram visitar, Líbia nao conseguiu ficar muito tempo, pois tem alergia a poeira e assim como Marina ficaram com pena de mim pelo cheiro. Saí em busca de um novo apartamento, procurei novamente no site loquo.com, visitei alguns e gostei bastante de um deles. Ao invés de pagar os 200 que eu viria a descobrir que não incluía os gastos extras, achei um muito melhor por 140 euros. Como ainda não tinha falado com a dona do atual, não tinha pagado nada pelo chiqueirinho que estava. Mas digamos que a senhora faxina que fiz lá no quarto me valeram a diária enquanto estive lá. Resolvi me mudar e de tão não empolgado que tava, nem tirei foto do quarto para posteridade.

Parque Jardin del Turia

Vou abrir um parênteses para explicar algumas coisinhas da cidade. Ainda não tive tempo de pegar uma bicicleta e percorrê-lo todo, mas vale a informação. O parque Jardim Del Turia é um grande parque linear que corta a cidade de Valencia. Ele uma vez já foi um rio. Mas aqui no Leste da Espanha é comum um ciclo de chuvas não sazonal. Típico de clima mediterrâneo, não chove muito durante o ano todo. Mas de tempos em tempos, dá uma chuva gigantesca absurda e tudo inunda. Valencia, assim como outras cidades banhadas pelo mar mediterrâneo, já sofreram bastante com isso. Aqui o rio Turia, que cruzava a cidade, era um filete de água que cruzava um largo canal de concreto no centro da cidade, parecido com os outros rios europeus. Mas depois de uma segunda inundação gigantesca em 1957, muita gente morreu e muito se perdeu, optou-se por desviar o rio antes que ele chegasse a malha urbana valenciana. Agora ele passa um pouco mais ao sul da cidade, de novo por uma calha de concreto, mas agora com dimensões e localizações apropriadas para que não cause danos a cidade. Ao mesmo tempo que não há dúvidas que a cidade ganhou e muito com a implementação dos Jardines Del Turia, é uma lástima que a cidade perdeu total relação com o rio que a cruzava suas ruas. Ao invés de se fazer um tratamento de bordas, criação de algumas soluções para amenizar as enchentes do rio a exemplo do que fez muitas cidades mundo afora, decidiram quase que apagar o rio da memória da população recolocando-o entre duas avenidas de alto fluxo, à la Rio Tietê, longe do convívio diário. Foi nos anos 90 que se implantou o parque.

Um parque linear é “uma medida sustentável de uso e ocupação das áreas de fundo de vale urbanas, nos âmbitos ambientais, sociais, econômicos e culturais”. Esse tipo de parque faz uma trama ampla e conectada de aeras verdes em meio ao tecido urbano, e com ele, pode-se deslocar-se de um canto a outro da cidade de forma agradável e sustentável, pois ao invés de o fazer percorrendo a cidade pelas ruas, o fazendo pelo parque te traz uma sensação de estar imerso ao verde e ainda com a possibilidade de o fazer de bicicleta. Pois assim acontece com o Jardin Del Turia. Aqui concentram muitas atividades de lazer e esporte, como quadras de esporte, skate parks, parques infantis, pista de caminhada, ciclovias, mas também uma infinidade de áreas de estar com fontes e uma infinidade de árvores, palmeiras e canteiros floridos plantados ao longo de surpreendentes quase 10km. Um grande destaque para o Parque Gulliver, um gigante (haha) brinquedo infantil no meio do parque. No Gmaps se vê um gigante amarrado por cordas, onde as crianças podem subir e descer nele. O Jardim Del Turia, projetado por Ricardo Bofil, foi apelidado de Rio Cultural, pois ao longo de suas “margens”há uma infinidade de atividades e centros culturais, a começar pelo Zoológico que está em uma de suas extremidades, passando pelo Jardim Botânico, Palácio da Música, Cidades das Artes e das Ciências, Oceanográfico (o maior da Europa) e terminando na Zona Portuária, onde ali ainda corre um filete de água.

Foto by me: Jardin do Turia visto de uma das pontes do Calatrava, por sobre o metro projetado também por ele (Alameda)

Foto aérea do jardim: Aqui se vê as pontes que cruzavam o rio e ao fundo o Palácio da Música e a Cidade das Artes e Ciência


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Segue vida em Valencia


Bom, depois de saber que só se resolveriam as coisas na faculdade na segunda feira, dediquei tempo integral a procurar apartamento. Tem um site que todos colocam anuncio por aqui, e é o mais recomendado pra se procurar apartamentos na Espanha. Chama Loquo.com, e dai pode-se selecionar a cidade e ver as opcoes de filtragem de resultados, enfim. Foi nesse site que Marina e eu ficamos buscando nossos pisos. Mais tarde, descobririamos que todos do albergue usariam essa ferramenta, já que o Purple Nest Hostel é a porta de entrada dos Erasmus em Valencia. Libia, uma mexicana que conhecemos ali (na foto com marina e eu), iria nos acompanhar pela jornada de procura do apartamento perfeito, e claro, no caminho iamos conhecendo a cidade. Assim, gastamos alguns dias e muito dinheiro em crédito de celular para ligar pros anúncios. Aliás, nunca use telefone público da Telefônica aqui em Valencia. Eles são verdadeiros Caça-níqueis, já devo ter perdido uns 10 euros nessa brincadeiras de ligar pros telefones, por que se coloca moedas e o telefone simplesmente engole tudo, finge que não colocamos, não devolve troco, olha... Enfim. Visitamos alguns muito bons, muito caros, muito ruins, uma vasta gama de opções. Até que as gurias encontraram um que fosse bom pra elas, numa boa zona (Calle Polo y Peylorón) e eu seguia sem encontrar um, pagando a diária do albergue. Tinha até encontrado um, meio que deixei reservado, tinha me empolgado muito que ia logo me mudar, mas liguei na manha seguinte e já estava ocupado. Segui buscando, até encontrar um que me parecia muito bom, meio fedorento, mas dá-se um jeito. Era perto da Faculdade, pagava 200 com gastos de luz, gás, internet incluso. Assim sonhava eu. Bom, me mudei de mala e cuia pra esse quartinho fedorento. Lá no ape, morava dois Polacos e um italiano. Mas um dos polacos e o italiano estavam pra se mudar, porque tinha acabado o programa de erasmus deles. Nas primeiras horas, não agüentei, fiz uma bela duma faxina no quarto, dessas que até a mãe da gente ficaria orgulhosa. Até fiz um vídeo pra comprovar pra ela.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Video da hora

eu gosto bastante de stop motion.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Informação Importante



e bastante útil.

Continuacao da Viagem e Chegada Valencia

O vôo para Paris foi um saco. Era um Boing 747, com dois andares e tal, mas era uma aeronave velha. Não haviam televisões individuais nas poltronas, só aquelas nos corredores, que só haviam uma programação chata. Troquei de assento para ficar numa janela, com esperança de ver a cidade de Paris de cima. Ao meu lado tinha um lugar vazio, o que me deu um pouco mais de conforto. Resolvi ligar o PC para ver um dos filmes que tenho baixado auqi, mas havia muito barulho e não conseguia ouvir muito bem com os fones de ouvido, e logo a bateria se acabou, Tive que me distrair com uma dessas revistas bilíngües de bordo – Frances e inglês. Foi bom porque pude ler em Frances e depois corrigir o que não havia entendido, em inglês. As aeromoças também falavam em Frances, arranhavam o inglês e havia ateh uma que sabia falar português – mas com sotaque de Portugal. Enquanto lia sobre exposições em museus parisienses, tinha uma musica agradável (NOT) vinda do Notebook do banco de trás: um brasileiro de menos de 20 anos, via um DVD da banda Calypso. Trilha sonora pra viagem inteira. No enorme aeroporto CDG, passamos por uma singela fronteira em que guardinhas pareciam conferir vistos e passaportes informalmente, para seguir caminhando pelo aeroporto e então chegar a aduana propriamente dita – ao meu ver. Entao ganhei um carimbo genérico e segui andando numa verdadeira peregrinação do portão 2E, o qual havia descido até o portão 2D, donde seguia meu vôo para Valencia. Comi alguma coisa, um pain au chocolat e um ju de pomme. Pedi tudo em Frances, e fiquei orgulhoso do meu modesto aprendizado no idioma. Gostaria de usar o PC enquanto esperava, mas não tinha bateria e o Plug da Tomada era diferente, só se carregavam facilmente celulares Samsung. Fiquei viajando em mais uma revista de bordo francesa para embarcar num avião da Air Europe cheio de Chineses rumo a Valencia. Ali, poucos aeromoços falavam inglês, somente espanhol e arranhavam um Frances engraçado. Novamente troquei de lugar pra ver a cidade, e consegui localizar o Arco do Triunfo, a Torre Eiffel, algumas praças e a ille de La Cite, do alto de uma Paris gelada, mas sem neve, de um céu sem nuvens – embora sem sol. Nos seus arredores pude ver ate o palácio de Versailles e seus jardins. Dormi o vôo todo.

Chegando em Valencia, como sempre, ocorreu aquele vuco vuco pra descer da aeronave, e fui um dos últimos a sair, por isso não vi em qual esteira todos haviam pegado suas malas. Fiquei uns bons minutos tentando descobrir em qual esteira que era, ai resolvi perguntar. Ninguem sabia me informar aonde que era a esteira e aonde que eu deveria reclamar minhas bagagens. Tentei em espanhol e depois em Ingles, sem sucesso.

Ai a moca que era a segurança me disse aonde era a tal esteira, mas cheguei La e a aeromoça me disse que se minha mala não era nenhuma das que estavam na esteira já parada, que elas haviam sido extraviadas. Isso mesmo, minhas malas haviam sido extraviadas. Já sem muitas esperanças, me dirigi a central de reclamações de bagagem, e a moca localizou que haviam ficado em paris e que deveriam vir pra Valencia pela noite, que pela manha era pra eu ligar e ir ate o aeroporto buscar, uma vez que as malas deveriam passar pela aduana. Peguei o metro de 1,90 euros pra ir até a Estacao Colón, que era a mais perto do Purple Nest Hostel, na
Praca Tetuán. Recomendo o albergue: bem limpinho, bem organizado, tem uma cozinha gran de e custa 17 euros a diária. Desci no Centro da Cidade e ninguém sabia me dizer ao certo aonde que era essa tal praça, no fim andei umas quantas quadras desnecessárias até perguntar para um policia, que soube me informar direitinho, para finalmente chegar perto das 13h, na recepção. La encontrei com Marina, que estava de saída para procura apartamentos para alugar... então ela me instalou no quarto e saímos juntos para almoçar. Ficamos num café ali perto, CAFÉ Bombay. Lá comi um menu Del dia: um arroz molhado. Era um caldo de arroz, com camarão, mexilhões, e uns temperos (foto)

Aqui tem uma garrafinha de coca-cola de 200ml, aliás, só se toma pequenas quantidades aqui nos restaurantes. Isso tudo me saiu 7,50 euros. Percebi que aqui em Valencia se come muitos frutos do mar, a culinária explora bastante esse tipo de comida, com grande quantidade de PESCADOS, afinal, a paella é um típico prato do leste espanhol. Depois de tudo isso passei na universidade e me frustrei um pouco, mas isso tem um tópico separado.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

New York City for Architects


bom, como tenho uma amiga em New York, vou escrever umas dicas para se visitar NY com olhos de arquiteto, visitando os mais importantes edifícios históricos ou contemporâneos agrupados por proximidade. Paula, esta é pra ti. Dica: Leve consigo um bom mapa, e boa disposicao. Em uns dois ou tres dias, teras conseguido visitar tudo.

REGIAO 1

Lipstick Building - Philip Johnson (885, 3rd Ave)

CityCorp Center (lexington ave, 53 and 54 street)

Seagram Building - Mies van der Rohe (375 park ave)

Lever House (390 park ave)

Sony Building -Philip Johnson (550 Madison Ave)

TrumpTower - Swanke Hayden Connell

Louis Vuitton-Moët Hennessy Tower - Christian de Portzamparc (19 East 57th Street)

MoMa - (11w, 53rd st)

(dois ultimos na quinta Aenida)

REGIAO 2

(11 quadras pra Baixo)

Westin Hotel - Arquitectonica

Manufecturer`s Trust (510, fifth ave)

Ny Public Library

American Standart - Raymond Hood (Radiator)

Bryant Park - Cook+ Fox Architects (entre Av. of Americas and 7th ave)

(Estatua Brasileira)

Bank of America

- Duas Quadras pra Leste: EAST

Grand Central Station (42nd treet and 3rd ave)

Chrysler Building

Daily News Building

Ford Fondation Building - Roche Dinkeloo (32o east, 43rd st)

UN. Plaza and UN. Headquarters - - Le Corbusier, Oscar Niemeyer

REGIAO 3

Central Park

Time Warner Center - David Childs (10 Columbus Circle)

Metropolitan Museum of Art ( 5th ave at 82nd st)

Whitney Museum - Marcel Breuer (945 Madison ave)

Rose Center for Performing Arts

National History Museum

Guggenhein Museum (Frank Lloyd Wright)

*Lincon Center Performing Arts

Hearst Tower - Norman Foster (951 8th ave at w47)

The New York Times Building - Renzo Piano (620 8th Avenue)

REGIAO 4

Wall Street

Estatua do Touro

Brooklin Bridge

Chase Manhatan Bank - Gordon Bunshaft/ SOM (Praca com Buraco no Chao)

US. Custom House

World Trade Center

World Financial Center - Cesar Pelli

Wool Worth B.

City Hall

Civic Center


Para maiores informaçoes:

http://www.nyc-architecture.com/

http://www.greatbuildings.com/places/new_york_city.html

Saída de Florianópolis

Bom, atualmente estou digitando das Plataformas de Embarque do Aeroporto Internacional Tom Jobim – GALEAO.

Isso significa que já dei os primeiros passos rumo a Valencia, cidade espanhola que me recebera por seis meses durante meu intercambio acadêmico. Vou estudar en la Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Valencia, en la UPV - Universidad Politecnica de Valencia.

Esse Blog, aliás, foi criado justamente para servir de Diario de Viagem, porque ao invés de escrever manualmente um diário e eventualmente abandonar o trabalho, vou oprtar por esse meio digital pra ver se da certo. Relatos, recordações, fotos e dicas de viagem eventualmente se alternarão por aqui, para um registro que possa ser revisto no futuro, para dar notícias aos amigos e familiares de uma única vez, para esse tipo de coisa.

Sai de Florianópolis as 12:55, trinta minutos atrasado do horário original, as 12:25. Sai de um calor de quase 35 graus para desembarcar no tradicional calor veranesco do Rio, aos plenos 38graus. É uma despedida e tanto para chegar na NEVE em Paris e FRIO SEM NEVE de Valencia.

Agora são 15:40 e cheguei no aeroporto 14:15, almocei um PF Americano por 26 reais, a coisa mais barata para se almoçar por aqui. Em seguida fui na Receita Federal registrar o Notebook e a Camera Fotografica. Quando perguntei do iPod, ele disse que acima de 30gb que é necessário registrar, e como o meu é de 16gb...

Até a pouco não havia caído a ficha que eu estava de partida. Estava curtindo meus breves dias de Férias, após um termino de semestre agitado, seguido de mais estagio e um trabalho temprario de 1mes numa loja de Shopping. Dia 28 acabou o trabalho na Luigi Bertolli. Dia 05, voltou o estágio na Jardins e Afins, e só depois do dia 20 que me afastei do Escri, pra finalmente ficar de férias. Estava aproveitando o verão, indo a praia, dormindo direito e tudo aquilo que sonhamos quando chega o verão. Mas só nesses últimos 3 dias antes de viajar que veio me caindo a ficha, que ainda não tinha organizado muitas coisas da minha viagem, tanto que nesses últimas duas noites, não tinha dormido direito. No aeroporto, alem da família, foram Helo May Flavio e Natchy me despedir. Nisso ganhei um livro que espero usar bastante: SPAIN, DK The Eyewitness Travel, um livro bem visual repleto de informações e imagens de destinos turísticos na Espanha. Do Flavio, ganhei uma foto que gostei bastante de uma exposição que a gente foi ver em Curitiba, de um prédio modernista espelhado na água, bem legal. Foi aquela choradinha básica no aeroporto, certamente vou sentir muitas saudades de todos que foram ali.

Agora são perto das 16h e tenho que ficar aqui até as 18:40, horário do meu vôo, sempre lembrando de fazer check in internacional duas horas antes do vôo.